SEU FILHO ESTÁ GAGUEJANDO?
Caso seu filho tenha dificuldade para falar e costuma hesitar ou repetir determinadas sílabas, palavras ou frases, ele pode ter uma disfluência ou uma gagueira. Contudo, ele também pode estar atravessando um período de disfluência normal, período este que muitas crianças enfrentam quando estão aprendendo a falar. Este informativo vai ajudá-lo a entender a diferença entre gagueira e o desenvolvimento normal da linguagem.
A disfluência normal das crianças
1. A criança dentro do seu desenvolvimento normal pode ser disfluente, ocasionalmente, repetindo uma ou duas vezes sílabas ou palavras, por exemplo: pa-pa-pato. As disfluências também podem incluir as hesitações e as interjeições como: “ha”, “e”, “hum”.
2. As disfluências ocorrem com mais frequência entre um ano e meio e cinco anos de idade, costumam ir e vir.
Normalmente, essas disfluências são sinais de que a criança está aprendendo a usar a linguagem de maneira nova. Se as disfluências desaparecerem durante várias semanas e depois voltarem, a criança pode estar atravessando uma nova fase de aprendizagem.
A criança com gagueira leve
1. A criança com gagueira leve repete sons mais de duas vezes, pa-pa-pa-pa pato por exemplo. A presença de tensão pode ser evidente nos músculos faciais, especialmente ao redor da boca.
2. A intensidade de voz pode aumentar com as repetições e, ocasionalmente, a criança terá “bloqueios” -ausência de ar e voz por alguns segundos.
3. Tente falar mais lenta e relaxadamente quando conversar com seu filho. Encoraje outros membros da família para fazerem o mesmo. Não fale tão devagar de modo que sua fala pareça estranha, mas mantenha-a lenta e faça várias pausas.
4. A fala lenta e relaxada pode ser mais eficaz quando a criança tiver um tempo do dia com a atenção de seus pais só para ela, sem ter que competir com outros. Alguns minutos do seu dia podem ser reservados para a criança, é um tempo em que se vai apenas ouvir o que a criança tem para falar.
5. Quando seu filho falar ou perguntar algo, tente parar um segundo ou mais antes de responder. Isso vai fazer com que sua fala fique mais lenta e relaxada.
6. Tente não ficar chateado ou nervoso quando a gagueira aumentar. Seu filho está fazendo o melhor que pode para aprender muitas regras novas de linguagem (todas ao mesmo tempo). Sua atitude de aceitação e paciência vai ajudá-lo muito.
7. Repetições sem esforço e prolongamentos de sons são as maneiras mais saudáveis de se gaguejar. Qualquer coisa que ajude seu filho a gaguejar desta maneira ao invés de com tensão e evitando palavras deve ser feito.
8. Se seu filho fica frustrado ou triste quando a gagueira está pior, dê a ele segurança. Algumas crianças se sentem melhor quando ouvem “Eu sei que às vezes é difícil falar… mas muitas pessoas empacam em algumas palavras… não tem importância”. Algumas crianças se sentem mais confiantes ao serem tocadas ou abraçadas quando se sentem frustradas.
9. As disfluências vão e vêm, mas estão mais presentes do que ausentes.
A criança com gagueira severa
1. Se seu filho gagueja em mais de 10% da sua fala, apresenta esforço e tensão para falar, evita palavras (muda a palavra) e/ou usa vários sons para começar a falar, ele precisa de terapia. Os bloqueios de fala são mais comuns do que as repetições e os prolongamentos. As disfluências estão presentes na maioria das situações de comunicação.
2. Você pode entrar em contato com o nosso Laboratório de Investigação Fonoaudiológica da Fluência e suas Desordens, em São Paulo ou outro local especializado em gagueira infantil. Será agendada uma triagem para a criança que será entrevistada por um fonoaudiólogo especialista em gagueira. Caso você não more em São Paulo, procure um Serviço de Fonoaudiologia em sua cidade. Exija um especialista, não é qualquer profissional que sabe tratar das gagueiras infantis.
3. As sugestões dadas para os pais das crianças com gagueira leve também servem para as crianças com gagueira severa. Tente lembrar que lentificar e relaxar sua própria fala traz muito mais benefícios para a criança do que falar para seu filho relaxar, respirar, pensar, falar mais devagar, etc.
4. Encoraje seu filho a falar com você sobre a gagueira. Mostre paciência e aceitação enquanto conversar sobre o assunto. Superar a gagueira é mais uma questão de perder o medo de gaguejar do que esforçar-se para falar melhor.
DICAS IMPORTANTES…
– Fale lenta e relaxadamente mas não perca a naturalidade
– Preste mais atenção ao conteúdo da mensagem e não no quanto a criança está gaguejando
– Mostre que você está prestando atenção ao que a criança fala: acene com a cabeça, sorria, faça sons de aprovação, etc
– Mantenha contato de olho com a criança enquanto ela estiver falando
– Não apresse a criança a falar. Não termine as palavras para ela
– Não permita que outras pessoas caçoem de sua criança.
Este material foi produzido pela STUTTERING FOUNDATION OF AMERICA e traduzido pelo Laboratório de Investigação Fonoaudiológica da Fluência e das Desordens da Fluência, do Curso de Fonoaudiologia da FMUSP, coordenado pela Profa Dra. Claudia Regina Furquim de Andrade. A responsável pela tradução foi a Fga. Femanda Chiarion Sassi.
Fonte: http://abragagueira.org.br/gagueirainfantil_forum.asp?id=11
2 Comments
Bah
Minha filha tem 2 anos e 6 meses e este1 apresentando giauegra ao falar e observei que de uma semana para a outra agravaou a fala.Consultarei com a neuro e provavelmente a fono que e9 a especilista da situae7e3o.Pensando no que havia ocasionado a giauegra, pode ter sido, o peredodo em que teve adaptae7e3o na escolinha, e que ne3o adaptou-se.Hoje ela fica com a vf3, chorou por quase um meas quando deixava-a para trabalhar, agora ne3o chora mais, mas desencadeou a giauegra, pode ocorrer a cura?Divido essa situae7e3o e preocupae7e3o.Abs.
Daniela Zackiewicz
A gagueira tem origem multifatorial, o que significa que alguns fatores ambientais ou emocionais podem estar associados ao momento do surgimento, mas não necessariamente ser a causa da gagueira. Nessa idade é muito comum a criança apresentar disfluências na fala, devido ao intenso período de aquisição de linguagem. Veja os nossos textos sobre como lidar com essa fase. Há uma chance de 80% de cura, ou melhor, remissão espontânea. Conte com a gente sempre e obrigada por compartilhar sua história.
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